sábado, 9 de novembro de 2013

O IBOPE disse que o sertanejo é amusica do Brasil. O que isso significa?

 
André Piunti | Universo Sertanejo 

O IBOPE divulgou, durante a semana, uma pesquisa chamada “Tribos Musicais”.
A pesquisa foi focada nas principais capitais e nas regiões metropolitanas.
De acordo com os dados coletados, 73% dos brasileiros ouvem rádio. Os ouvintes de rádio nas principais capitais e regiões metropolitanas ouvem os seguintes estilos musicais:
-Sertanejo 58%
-MPB 47%
-Samba/Pagode 44%
-Forró 31%
(Os números superam os 100% pelo fato de, obviamente, as pessoas ouvirem mais de um estilo, e não somente um ou outro).
A pesquisa completa com todos os estilos pode ser conferida aqui. Sugiro também a matéria que a Época fez sobre o assunto, apesar de discordar quando o autor diz que o cenário era diferente nos anos 1970.
O country teve 12%, só a título de informação.
 
 
IBOPE
 
 
Com os números acima e com o que a gente já sabe, faço os seguintes comentários:
-O Brasil é sertanejo nos interiores e nas capitais (pra nós, nenhuma novidade, mas há quem se espante).
-O samba e o pagode foram colocados juntos na pesquisa. Separados, sairiam das primeiras posições, mostrando que o Forró tem mais força.
-O que as cerimônias de abertura e encerramento da Copa do Mundo do ano que vem vão mostrar ao mundo? O velho papo de que o Brasil é samba e carnaval? Ou o Brasil do sertanejo, do forró, do povo, o real?
-A pesquisa diz também que o interior do Sul/Sudeste é 72% sertanejo. É mole?
-Sempre há artistas sertanejos tentando fugir do título “sertanejo”. Será que a estratégia é inteligente?
-Críticos disseram que essa nova onda de funk iria tomar o lugar do sertanejo. Sério. Não repercuti nenhuma manifestação do tipo por achar que só criaria uma conversa boba a respeito de algo que não tem fundamento. A pesquisa, que põe o funk com 17%, é uma boa resposta.
-O axé, com quem a concorrência do sertanejo já foi grande, aparece como o 8º ritmo mais ouvido.
-A velha MTV chegou a alegar que o sertanejo não agradava aos jovens urbanos consumidores da emissora, por isso o gênero continuaria sem ter espaço na emissora. Então tá.
-Pra nós, que gostamos e acompanhamos a música sertaneja, a pesquisa não traz nenhuma surpresa. Mas as reações aos resultados continuam engraçadas: a pesquisa foi pouco tratada na mídia. Quando foi, ou foi sob uma euforia como “nossa, o Brasil ouve muito sertanejo, que novidade!”, ou como uma obrigação das mais dolorosas, não dando tanta importância ao gênero que ficou em primeiro lugar.
Os números servem também pra nos lembrar de que, por mais que exista uma preocupação com as condições atuais do mercado e da qualidade musical, a força do sertanejo segue muito em alta.
Vale a pena conferir o estudo completo. Clique aqui.

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